Os dados são de 1991, mas se analisados criteriosamente parecem bem recentes.
A pesquisa foi realizada pela então professora da área de Ciência da Informação, Nice Figueredo, que, na época, depois de uma pesquisa em 10 universidades sobre a qualidade do material didático que estava sendo oferecido nos cursos de graduação, chegou às seguintes conclusões:
• obsolescência da bibliografia em todas as áreas,
concentrando-se nas décadas de 60 e 70 as datas de publicações da
maioria;
• inclusão de documentos irrelevantes, e mesmo não (pertinentes, em bibliografias de áreas especializadas;
• preponderância de bibliografia em língua portuguesa e de autores brasileiros;
• carência de manuais (práticos) de ensino, sobretudo nas disciplinas sobre Representação temática e Representação descritiva dos documentos;
• persistência, em algumas disciplinas, de “bibliografias contendo maioria de itens estrangeiros, quando já existem os nacionais adequados ou aceitáveis pelo menos”…
Como um dos primeiros passos que deveriam ser tomados, a professora cita que, antes de mais nada,seria necessário uma bibliografia:
“na língua nacional; produzida por nativos; atual (menos de sete anos); na forma de material didático; de autoria, isto é, reconhecido pela maioria das escolas, e específico, isto é, sem itens muito gerais ou irrelevantes“.
Os resultos da pesquisa podem ser conferidos na íntegra aqui.
Considerações
Antes que me comparem a um profeta do Apocalípse – pelo tom do post acima – , quero ressaltar que, apesar das adversidades, resolvi seguir a profissão com pulso firme.Não está sendo uma tarefa das mais fácieis ,ainda mais quando se têm pessoas dentro do próprio curso e da profissão (não se livram professores) que mancham vergonhosamente todo esforço realizado.
Mas como se é conhecido: de exemplos ruins estamos cheios; basta a mim cumprir meu papel e, pelo menos assim , terei a certeza de que conquistei o que queria.
Lean disse:
Concordo 100% com a Nice Figueiredo. (Um dos Gênios da Biblioteconomia).
Ela criticou várias coisas que eu já cansei de falar, e hoje sou taxado de inimigo da Biblioteconomia, mesmo que os maios pensadores Brasileiros e estrangeiros concordem que as mudanças acima explicitadas devam acontecer.
Mas é isso. Para a maioria dos meus colegas Bibliotecários, a Biblioteconomia é a “Profissão do futuro” e está tudo otimo. Vamos pular de alegria.
Afinal, o competitivo mercado de trabalho está devorando todos os biblioteconomistas que saem da faculdade com teória e prática da decada de 60/70.
Viva a Biblioteconomia da decada de 60 que estudamos hoje.
Nelma Camêlo disse:
Não concordo, por mais atrasados que estejamos, caminhamos muito. Realmente o comentário faz jus a Decada de 1990 quando me formei. Mas sinceramente, 19 anos depois muita coisa mudou.
Cordialmente,